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Mostrando postagens de junho, 2011

Irar e julgamento

Lectio: Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca , será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco , será réu do fogo do inferno. Meditatio: A justiça requerida pelo Senhor não é a meramente exterior, mas também interior. Daí, não basta "não matar" formalmente, por assim dizer. O homicídio nasce no coração de cada um de nós. Irar-se contra alguém, desejar-lhe o seu mal e a sua morte é a raiz do assassinato real; e já é visto com reprovação aos olhos do Senhor. Existe uma ira santa, certamente, mas pecadores como nós, precisam estar atentos para não travestir seu pecado de santidade. A ira do homem não produz a justiça de Deus. "Raca", "Louco", são expressões de difícil tradução para nossa língua. Os que os estudiosos parecem concordar é que denotam desprezo. O

Princípios para resolução de conflitos e cura da maledicência

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Princípios para resolução de conflitos e cura da maledicência baseados em Mateus 18.15-17. Buscar reconciliação: 1) o mais rápido possível 2) com o menor número de pessoas possível 3) na menor instância possível

Diálogo de um cristão com um ateu

O diálogo abaixo espelha com relativa exatidão um diálogo que tive com um amigo ateu, algum tempo atrás: ATEU: Eu acreditaria em Deus caso Ele aparecesse e dissesse: “olha eu aqui, eu existo!” CRISTÃO: Aparecesse... Como assim? ATEU: Sei lá; abrisse um buraco no céu, viesse um “rostão”, uma “mãozona”, e dissesse “Eu sou Deus, eu criei vocês! CRISTÃO: Mano. Acho que você está com saudades daquelas séries “ultraman”, “ultraseven”, ou coisa do tipo... Leia todo este diálogo no Blog do Seino .

Curso "De Trinitate" de Santo Agostinho

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Curso "De Trinitate" de Santo Agostinho

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Enxergando o invisível

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Como reagimos diante de situações de extremo perigo? Nos deixamos tomar pelo pavor ou somos capazes de manter a calma e a confiança em Deus? O Profeta Eliseu ensina a superação de medos através da confiança na proteção divina. (2 Rs 6.8ss)

Diálogo de um cristão com um ateu

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O diálogo abaixo espelha com relativa exatidão um diálogo que tive com um amigo ateu, algum tempo atrás: ATEU: Eu acreditaria em Deus caso Ele aparecesse e dissesse: “olha eu aqui, eu existo!” CRISTÃO: Aparecesse... Como assim? ATEU: Sei lá; abrisse um buraco no céu, viesse um “rostão”, uma “mãozona”, e dissesse “Eu sou Deus, eu criei vocês! CRISTÃO: Mano. Acho que você está com saudades daquelas séries “ultraman”, “ultraseven”, ou coisa do tipo... ATEU: Não, é sério cara. Tinha que ter uma prova empírica, real da presença dele para eu acreditar. CRISTÃO: Cara. Eu acho que se aparecesse um gigante do céu, dizendo que é Deus.... Pensa bem. Você não iria acreditar. Rapidamente, seu ceticismo iria criar outras hipóteses, etc; e você duvidaria que seria Deus. Poderia ser um extraterrestre, um truque de luzes, etc. ATEU: É verdade, cara! Você tem razão. Eu duvidaria mesmo. CRISTÃO: Eu, particularmente, acho difícil que seja possível uma prova empírica de “Deus em Si”, pois, se consigo prova

Bem aventurado os misericordiosos

Lectio: Bem-aventurados os misericordiosos , porque eles alcançarão misericórdia ; Meditatio: Um amigo meu, muitos anos atrás, disse-me que a palavra miséria, no latim, é a união de duas palavras: miséria e coração. Significa que ser misericordioso é "colocar o próprio coração nas misérias alheias". Ter verdadeira compaixão a quem dela necessita, como o samaritano da parábola. Verdadeira empatia com o sofredor. Ser misericordioso é não se vingar na mesma moeda, não responder na mesma força, ainda que haja tal possibilidade. Saber se calar, quando o desejo for de condenar. É avaliar uma situação, antes com os olhos da compreensão que do julgamento. É perdoar os que buscam perdão. Alcançarão misericórdia. Não somos misericordiosos para receber misericórdia, mas sim porque dela recebemos. E, a recebendo, a doamos, e doando-a, recebemos mais. Vale a pena ler Mateus 18.23-35, que é a parábola do rei que perdoou alguém que lhe devia muito dinheiro, mas este, o que foi perdoado, não

Bem aventurado os que têm fome e sede de justiça

Lectio: Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça , porque eles serão fartos ; Meditatio: Fome e sede são necessidades básicas, primárias, fundamentais no ser humano. Daí, fome e sede de justiça ser algo revestido destas caracteríticas no bem aventurado. Justiça primeiro como sede de um carater justo, como virtude moral, cuja inspiração é a vida do próprio Cristo. Justiça também como "práxis", no comportamento cotidiano, para com o meu próximo. Justiça como a necessidade de ser "justificado pela fé" diante de Deus, pelos méritos de Cristo. Justiça também como um ideal a ser buscado nas relações sociais. É a busca da radicalidade profética contra os poderes injustos que operam no mundo, que causam tanta miséria e que custou a vida de tantas pessoas, desde João Batista, o próprio Cristo, até Dietrich Bonhoeffer, entre tantos outros. É preciso muito coragem para assumir tal papel. Quem tem fome e sede de justiça se indigna contra tanta injustiça no mundo, e mes

Bem aventurados os mansos

Lectio: Bem-aventurados os mansos , porque eles  possuirão a terra ; Meditatio: Manso é aquele que não reage na mesma proporção com o qual eventualmente foi provocado. Jesus foi assim; não reagiu na mesma proporção com a qual foi muitas vezes agredido. Denota um caráter gentil, amável. Diante das exortações que eventualmente recebe, pondera, não reage, não se justifica. Denota "uma atitude humilde e gentil para com os outros, determinada por uma estimativa correta de si mesmo" (Martin Loyd-Jones). O manso se expressa pela riqueza e explendor do seu próprio caráter, não utilizando dos mecanismos sociais de "status" para se sobrepor sobre os demais, seja ele presidente, governador, juiz ou chefe de repartição. Pois afinal de contas, o manso é um servo. Eles possuirão a terra. Os "não mansos" não possuem a terra, mas por ela são possuídos . E quem por alguém é vencido, torna-se dele servidor. São possuídos pelas suas posses, pelo prazer, pelo desejo das coisa

Lausanne 3 e a questão da unidade da igreja

Mas por que é tão difícil manter a unidade? Lausanne 3 não respondeu a essa pergunta; porém, nos deu algumas pistas. Como diz Vaughan Roberts, “a unidade de Cristo não pode ser criada, é uma ação do Espírito. Por meio da verdade do evangelho, do Espírito, somos o Corpo de Cristo. Deus pede que vivamos de maneira digna da vocação a que fomos chamados. As divisões não são por diferenças teológicas, mas por orgulho [1] ”. Outra pista foi dada pelo teólogo Ronald Sider em uma conversa informal: “O que eu gostaria de ver como resultado deste congresso é um equilíbrio maior de cooperação financeira entre todos nós [2] ”. Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/328/cinco-licoes-de-lausanne-3 Leia também: http://blogdoseino.blogspot.com/ Mas porque é tão difícil manter a unidade? Lausanne 3 (o terceiro encontro mundial dos evangélicos) não respondeu esta pergunta. Mas porque é tão difícil responder esta pergunta? Porque a questão da unidade é tão complicada para o protestantis

Os evangélicos e a ditadura militar

Documentos inéditos do projeto Brasil: Nunca Mais - até agora guardados no Exterior - chegam ao País e podem jogar luz sobre o comportamento dos evangélicos nos anos de chumbo. Leia toda matéria em: http://www.istoe.com.br/reportagens/141566_OS+EVANGELICOS+E+A+DITADURA+MILITAR?pathImagens&path&actualArea=internalPage

Bem aventurados os que choram

Lectio: Bem-aventurados os que choram , porque eles serão consolados . Meditatio: É quase um contra-senso, um paradoxo. É como se dissessem "felizes os que choram". Choraram os seus erros e pecados, pois são "humildes de espiríto", como vimos ontém. Os que choram, abrem sua alma ao Cristo; diferente dos "endurecidos". Choram de alegria, por reconhecerem o Cristo em suas vidas. Choram pela dor do mundo, pois tornaram-se "sim-páticos" aos desafortunados. Choram pela rejeição que o mundo faz ao Cristo. Neste choro, unem sua alma a Deus, pois o salmista diz que o Senhor chora também pela condição humana. Cristo pranteou sobre Jerusalém. Enfim, é o choro da alma que te identifica com Deus. Entretanto, os que, com Deus choram, por Deus são e serão consolados, pois o Espírito Santo, é o Espírito Consolador, e este é dado aos que recebem ao Senhor e cumprem os seus mandamentos.

Lausanne 3 e a questão da unidade da igreja

Mas por que é tão difícil manter a unidade? Lausanne 3 não respondeu a essa pergunta; porém, nos deu algumas pistas. Como diz Vaughan Roberts, “a unidade de Cristo não pode ser criada, é uma ação do Espírito. Por meio da verdade do evangelho, do Espírito, somos o Corpo de Cristo. Deus pede que vivamos de maneira digna da vocação a que fomos chamados. As divisões não são por diferenças teológicas, mas por orgulho [1] ”. Outra pista foi dada pelo teólogo Ronald Sider em uma conversa informal: “O que eu gostaria de ver como resultado deste congresso é um equilíbrio maior de cooperação financeira entre todos nós [2] ”. Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/328/cinco-licoes-de-lausanne-3 Mas porque é tão difícil manter a unidade? Lausanne 3 (o terceiro encontro mundial dos evangélicos) não respondeu esta pergunta. Mas porque é tão difícil responder esta pergunta? Porque a questão da unidade é tão complicada para o protestantismo? Quando se fala em unidade, o que se quer dizer c

Bem aventurados os humildes de espírito

"Bem-aventurados os  humildes de espírito , porque deles é o reino dos céus" ; Meditatio: Bem-aventurado = feliz (grego: "makarios") Entretanto, não é tanto um estado subjetivo de felicidade, quanto a forma quanto Deus declara que você é (John Stott). É possível ser bem aventurado (feliz), mesmo estando triste. As bem aventuranças não estão colocadas em ordem aleatória, mas sua ordem têm uma razão de ser (Loyd-Jones). É desejável que todos busquemos todas as qualidades demonstradas nas bem-aventuranças. Geralmente, são qualidades que vão na contra-mão do mundo. Stott chamou de "contra-cultura" cristã. Humildade, ou pobreza de espírito significa sua dependência de Deus. Não tenho minha suficiência em mim mesmo. Os cristãos entendem-se necessitados de Jesus para a sua salvação, e do Espírito Santo para o seu aprimoramento e formação do caráter em Cristo. Expressam sua humildade no arrependimento e contrição pelos seus pecados. Humildade de espírito se manif

Deus dá o Espírito aos que O pedem

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foto:  http://www.sagradafamilia.net.br/portugues/?p=5999 Lectio: E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á. E qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? Ou, também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? Meditatio: Que melhor coisa a pedir para o Pai do que o Espírito Santo? Bens materiais, sentimentais, e tudo o mais empalidecem diante da majestade da presença de Deus. Pedimos o Espírito para recebermos o se fruto (amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, domínio-próprio). E isto, para termos o caráter de Cristo, pois, pelo Espírito, somos adotados pelo Pai e feitos irmãos de Jesus. Quando

Para que sejam um

Lectio: Doravante já não estou no mundo, mas eles estão no mundo, e Eu vou para ti. Pai santo, Tu que a mim te deste, guarda-os em ti, para serem um só, como Nós somos! Enquanto estava com eles, Eu guardava-os em ti , em ti que a mim te deste. Guardei-os e nenhum deles se perdeu, a não ser o homem da perdição, cumprindo-se desse modo a Escritura.  Meditatio: Esta é a conhecida oração sacerdotal de Cristo, uma espécie de despedida enquanto estava neste mundo. Uma oração revela os profundos desejos do coração de alguém, ainda mais tratando-se de Jesus. E o seu desejo é para que seus "discípulos fossem um, como ele é um com o Pai". Dois mil anos de cristianismo nos mostram a urgência e a importância do caráter de tal oração, em um cristianismo tão fragmentado e dividido. Haverá ainda alguma importância no desejo de Cristo para a unidade dos cristãos, cada vez mais divididos? De qualquer modo, se formos "guardados em Deus", de algum modo talvez, consigamos recuperar e

Guarda-os em Ti para serem UM!

Lectio: Doravante já não estou no mundo, mas eles estão no mundo, e Eu vou para ti. Pai santo, Tu que a mim te deste, guarda-os em ti, para serem um só, como Nós somos! Enquanto estava com eles, Eu guardava-os em ti , em ti que a mim te deste. Guardei-os e nenhum deles se perdeu, a não ser o homem da perdição, cumprindo-se desse modo a Escritura.  Meditatio: Esta é a conhecida oração sacerdotal de Cristo, uma espécie de despedida enquanto estava neste mundo. Uma oração revela os profundos desejos do coração de alguém, ainda mais tratando-se de Jesus. E o seu desejo é para que seus "discípulos fossem um, como ele é um com o Pai". Dois mil anos de cristianismo nos mostram a urgência e a importância do caráter de tal oração, em um cristianismo tão fragmentado e dividido. Haverá ainda alguma importância no desejo de Cristo para a unidade dos cristãos, cada vez mais divididos? De qualquer modo, se formos "guardados em Deus", de algum modo talvez, consigamos recuperar e

Glorifica teu Filho para que Teu Filho te glorifique a Ti

Lectio: Jesus falou assim e, levantando seus olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti ; Assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste. E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste . Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer . Meditatio: O interessante neste texto é que Jesus está fazendo uma referência à sua morte de cruz. Ou seja, Ele iria glorificar o Pai com sua morte, como já o tinha feito com sua vida. Muito diferente do que o mundo entende por glorificar alguém. Vida eterna é conhecimento. Conhecimento de Deus, por Jesus Cristo. Conhecimento (gnose) é relação (koinonia). Koinonia que se dá pelo Santo Espírito. Jesus glorificou Deus na terra por ter consumado a obra que o Pai tinha para Ele. Será que nós também não temos uma obra da qual o Pai nos designou, pela

Jean Jaques Rousseau - o pensador solitário

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Decidi, estes dias, estudar um pouco da obra de J. Jaques Rousseau (1712-1778). Rousseau foi criado em Genebra, cidade de Calvino. Mas logo cedo, após uma infância bastante difícil, fugiu e acabou por tornar-se, por necessidade, católico romano. Uma de suas obras mais famosas foi “Do contrato social”, um clássico do pensamento político. Algo interessantíssimo em Rousseau foi que ele reagiu veementemente contra o absolutismo de Jean Bodin, Bossuet e Hobbes, mas também não concordou com o liberalismo de Locke e Montesquieu, mais adeptos de um parlamentarismo representativo. O que sobrava então? Ele elaborou a questão da soberania popular. Um sistema em que, cada qual, dando-se por inteiramente, por igual, continuasse tão livre, ou mais, do que quando se encontrava no que chamou de estado da natureza. Quando todos se associam, criam um corpo político, soberano, que se expressa pela vontade geral, vontade essa não pode errar, pois ninguém quer prejudicar-se a sim mesmo. Ocioso dizer que Ro