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Mostrando postagens de dezembro, 2009

As ambiguidades de Pedro

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O Apóstolo Pedro foi um interessante exemplo de uma constante revisitação de sua própria condição de homem falho e pecador. Entre seus arroubos de grandeza e pequenez, temos diante de nossos olhos umas das mais profundas e interessantes figuras da história do cristianismo. Alguém que teve que conviver com suas próprias falhas do começo ao fim de sua carreira cristã. Como um dos que expressavam a mais natural liderança do colégio apostólico, sempre era o primeiro a manifestar seu interesse em alguma missão, sempre o primeiro a pedir a palavra, como naquela ocasião em que, grandiosamente fez a primeira confissão de que se tem notícia de que Cristo era o Messias, o Filho de Deus. Poucas passagens depois já foi chamado de Satanás, o que prefiguraria talvez a ambiguidade do ministério petrino durante a história do cristanismo... A covardia talvez fosse aquele aspecto sombrio do caráter de Pedro que mais lhe custou a ser trabalhado durante sua jornada cristã. Quando os discípul

Escrituras e Tradição

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Alguns amigos meu evangélicos vivem dizendo que eu tenho um pé no catolicismo. Tudo bem; não tem problema. Ao ler parte do diário de John Wesley, este dizia que constantemente era chamado de "jesuíta" de "papísta", por seus amigos calvinistas. Não que eu seja algo parecido com o santo Wesley; mas já é fonte de consolo saber que ele também teve seus entraves por defender alguns pontos de vista que não batiam com a ortodoxia protestante em vigor. Entretanto, o que quero dizer quando menciono que não se faz teologia, ou não se lê a Bíblia sem a tradição? Quero contrapor uma visão de boa parte de meus amigos protestantes que, firmados em uma falsa noção do que seja "Sola Scriptura" (Somente a Bíblia) afirmam que somente a Bíblia é suficiente para se fazer teologia, ou para se entender todo o processo de formação do próprio cânon bíblico. Leia todo o texto no blog de Carlos Seino .

As ambiguidades de Pedro

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O Apóstolo Pedro foi um interessante exemplo de uma constante revisitação de sua própria condição de homem falho e pecador. Entre seus arroubos de grandeza e pequenez, temos diante de nossos olhos umas das mais profundas e interessantes figuras da história do cristianismo. Alguém que teve que conviver com suas próprias falhas do começo ao fim de sua carreira cristã. Como um dos que expressavam a mais natural liderança do colégio apostólico, sempre era o primeiro a manifestar seu interesse em alguma missão, sempre o primeiro a pedir a palavra, como naquela ocasião em que, grandiosamente fez a primeira confissão de que se tem notícia de que Cristo era o Messias, o Filho de Deus. Poucas passagens depois já foi chamado de Satanás, o que prefiguraria talvez a ambiguidade do ministério petrino durante a história do cristanismo... A covardia talvez fosse aquele aspecto sombrio do caráter de Pedro que mais lhe custou a ser trabalhado durante sua jornada cristã. Quando os discípulos foram conf

"Non enim, quod volo bonum, facio, sed, quod nolo malum, hoc ago."

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"...porque não faço o bem que eu prefiro, mas o mal que não quero, esse faço..." (Romanos 7.19). Algumas pessoas entendem que esta passagem, escrita por Paulo, se trata de um sentimento que o cristão tem logo que se converte, ou que seja uma fase, um "locus", um porto, um momento da vida cristã que fica para trás. Homens grandiosos pensaram desta forma. Por exemplo, John Wesley entendia que quando Paulo escreveu algumas epístolas, ele próprio não estava totalmente santificado. Isto porque, Wesley advogava, baseado na doutrina dos antigos padres, e do que entendia ser a melhor interpretação das Sagradas Escrituras, a doutrina da perfeição cristã, qual seja, a possibilidade do cristão viver sem pecar. Bom. Eu, particularmente, não cheguei a este nível de iluminação. Sinceramente, creio que o lamento (ou gemido) de Paulo é algo que constantemente pode retornar para a nossa vida. Isto pode ser tanto uma posição teológica como uma confissão do meu próprio fracasso pessoa

A mais bela história

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“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós...” (Joãoa 1.14). Ainda estou com a cabeça no Natal. Pois é. E, que me perdoem todas as outras religiões, com suas belas histórias de fundação, mas, sinceramente, não conheço uma história tão bela quanto a do nascimento de nosso Salvador e Senhor. Você consegue imaginar isso? O próprio Filho de Deus, o “Logos” de Deus, o Criador, aquele que fez tudo e por meio de quem tudo se fez, tornou-se uma criança, encarnou-se no ventre de Maria. Olha que história maravilhosa. Sei que muitos não acreditam na encarnação, não acreditam no sobrenatural, não acreditam em Deus. Mas permitam-se meditar, “viajar” até neste maravilhoso relato. Nós dizemos que o Criador, o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores, se tornou um bebê entre nós. Que viveu no ventre de Maria como cada um de nós em sua própria mãe. Que foi um bebê, lindo para os seus pais, que com seus pequenos lábios expressou a mesma fragilidade de qualquer criança, e mamou nos seios de Maria. Acho que f

Anseios para o ano novo

"Ano novo, vida nova!" O que é que significa mesmo "vida nova" para a grande maioria das pessoas? Aquela famosa canção de fim de ano que diz: "adeus ano velho! feliz ano novo! Que tudo se realize no ano que vai nascer; muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender" parece refletir os anseios mais profundos das pessoas, mesmo de muitas que se dizem cristãs. Não é errado desejar coisas materiais e temporais. O problema está na prioridade que estas coisas estão ocupando no coração de muitos. Quais são os nossos sonhos e planos? Quais são as nossas prioridades? Qual é a força motriz da nossa existência? Qual é o nome do nosso D(d)eus? Em que sentido nossos anseios e aspirações são mais elevados e sublimes do que os daqueles que são materialistas e existêncialistas? É notável que, mesmo entre os cristãos, os pedidos de oração e os testemunhos estejam, em sua grande maioria, centrados nos bens materiais e na saúde, como se Jesus tivesse dito: "Buscai em p

A mais bela história

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“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós...” (Joãoa 1.14). Ainda estou com a cabeça no Natal. Pois é. E, que me perdoem todas as outras religiões, com suas belas histórias de fundação, mas, sinceramente, não conheço uma história tão bela quanto a do nascimento de nosso Salvador e Senhor. Você consegue imaginar isso? O próprio Filho de Deus, o “Logos” de Deus, o Criador, aquele que fez tudo e por meio de quem tudo se fez, tornou-se uma criança, encarnou-se no ventre de Maria. Olha que história maravilhosa. Sei que muitos não acreditam na encarnação, não acreditam no sobrenatural, não acreditam em Deus. Mas permitam-se meditar, “viajar” até neste maravilhoso relato. Nós dizemos que o Criador, o Rei dos Reis, o Senhor dos Senhores, se tornou um bebê entre nós. Que viveu no ventre de Maria como cada um de nós em sua própria mãe. Que foi um bebê, lindo para os seus pais, que com seus pequenos lábios expressou a mesma fragilidade de qualquer criança, e mamou nos seios de Maria. Acho que f
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TEOLOGIA DA ESPERANÇA "Deus elevou o ser humano e concedeu-lhe perspectivas de liberdade e amplidão, mas o ser humano fica para trás e se recusa a acolher esta perspectiva. Deus promete uma nova criação de todas as coisas em justiça e paz, mas o ser humano faz e age como se tudo permanecesse como sempre foi. Deus o faz digno de suas promessas, mas o ser humano não confia naquilo que lhe é proposto. Este é o pecado que mais profundamente ameaça o crente. Não o mal que ele faz, mas o bem que deixa de fazer; não são as suas más ações que o acusam, mas as suas omissões. Elas o acusam de falta de esperança; pois os assim chamados pecados de omissão se fundamentam todos na desesperança e pouca fé. 'O pecado não nos precipita na desgraça tanto quanto o desespero', dizia João Crisóstomo. Por isso, a Idade Média contava a acedia ou tristitia entre os pecados contra o Espírito Santo, que levam à morte". (JÜRGEM MOLTMANN. Teologia da Esperança. Ed. Loyola, p. 38)

Melhor é dar do que receber

Não há quem não busque abençoar, que na verdade, não seja muito mais abençoado, afinal, mais bem aventurada coisa é dar do que receber.

Escrituras e Tradição

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Alguns amigos meu evangélicos vivem dizendo que eu tenho um pé no catolicismo. Tudo bem; não tem problema. Ao ler parte do diário de John Wesley, este dizia que constantemente era chamado de "jesuíta" de "papísta", por seus amigos calvinistas. Não que eu seja algo parecido com o santo Wesley; mas já é fonte de consolo saber que ele também teve seus entraves por defender alguns pontos de vista que não batiam com a ortodoxia protestante em vigor. Entretanto, o que quero dizer quando menciono que não se faz teologia, ou não se lê a Bíblia sem a tradição? Quero contrapor uma visão de boa parte de meus amigos protestantes que, firmados em uma falsa noção do que seja "Sola Scriptura" (Somente a Bíblia) afirmam que somente a Bíblia é suficiente para se fazer teologia, ou para se entender todo o processo de formação do próprio cânon bíblico. E porque não é suficiente? Um dos motivos, é pelo simples fato de que, até para saber o modo pelo qual o cânon bíblico foi f

Programação Evangélica no Natal

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É triste constatar que, as principais igrejas evangélicas que se encontram na mídia, pouca ou nenhuma referência fazem ao natal. Leia também    Fechados no Natal . Já vi, por exemplo, no dia 24 de dezembro, no programa de uma determinada igreja, aquela mesma ladainha da auto ajuda. Passou um clipe com gente em seus trabalhos, com cara de preocupado, ao som daquele louvor "O meu Deus, nunca falhará, eu sei que chegará minha vez..."  (Marca da Promessa). Vi também outro programa, no momento da pregação, com uma mensagem, ao que parece, até que edificante, mas sem nenhuma referência ao nascimento de Cristo. E ainda outro, com aqueles programas de testemunho de curas. Ou seja, os programas das igrejas que mais tempo estão nos canais de televisão, mas sem nenhuma referência ao natal. Confesso que não assisti todos os programas inteiros (não tenho paciência para tanto), mas ao que me constou, de modo geral, estas igrejas continuaram fazendo o que sempre fizeram, independente do cal
ÁRVORE DE NATAL NA CASA DE CRISTO Fiodor Dostoiévski (certa vez, eu e alguns amigos realizamos uma espécie de cantata de Natal com base neste conto que vale a pena ser lido, em minha opinião) Havia num porão uma criança, um garotinho de seis anos de idade, ou menos ainda. Esse garotinho despertou certa manhã no porão úmido e frio. Tiritava, envolto nos seus pobres andrajos. Seu hálito formava, ao se exalar, uma espécie de vapor branco, e ele, sentado num canto em cima de um baú, por desfastio, ocupava-se em soprar esse vapor da boca, pelo prazer de vê-lo se esvolar. Mas bem que gostaria de comer alguma coisa. Diversas vezes, durante a manhã, tinha se aproximado do catre, onde num colchão de palha, chato como um pastelão, com um saco sob a cabeça à guisa de almofada, jazia a mãe enferma. Como se encontrava ela nesse lugar? Provavelmente tinha vindo de outra cidade e subitamente caíra doente. A patroa que alugava o porão tinha sido presa na antevéspera pela polícia; os locatários tinham

Fechados no Natal

Muitas igrejas evangélicas, bastante respeitáveis até, não têm realizado nenhuma celebração especial no dia de Natal. Os motivos podem ser dos mais diversos; motivos até mesmo plausíveis. Um pastor, muito amigo meu, de uma igreja histórica, entendeu, junto com sua comunidade, que neste momento, cada um deve ficar com sua própria família, correr atrás dos preparativos, entre outras coisas, e a igreja não deveria ser um outro compromisso em uma agenda já super lotada. Em que pese as interessantes argumentações e os plausíveis motivos, sinceramente não acho esta uma boa estratégia. O protestantismo, há muito tempo, tem sido acusado de promover talvez um dos mais violentos movimentos secularizantes que a história do ocidente já presenciou. Quando deixamos de comemorar o nascimento daquele que proclamamos ser o nosso Senhor e Salvador (ainda que em uma data simbólica), ou seja, o aniversário do nosso Mestre, contribuímos para que os principais símbolos sagrados de nossa sociedade sejam esqu

Fechados no Natal

Muitas igrejas evangélicas, bastante respeitáveis até, não têm realizado nenhuma celebração especial no dia de Natal. Os motivos podem ser dos mais diversos; motivos até mesmo plausíveis. Um pastor, muito amigo meu, de uma igreja histórica, entendeu, junto com sua comunidade, que neste momento, cada um deve ficar com sua própria família, correr atrás dos preparativos, entre outras coisas, e a igreja não deveria ser um outro compromisso em uma agenda já super lotada. Em que pese as interessantes argumentações e os plausíveis motivos, sinceramente não acho esta uma boa estratégia. O protestantismo, há muito tempo, tem sido acusado de promover talvez um dos mais radicais movimentos secularizantes que a história do ocidente já presenciou. Quando deixamos de comemorar o nascimento daquele que proclamamos ser o nosso Senhor e Salvador (ainda que em uma data simbólica), ou seja, o aniversário do nosso Mestre, contribuímos para que os principais símbolos sagrados de nossa sociedade sejam esque
ÁRVORE DE NATAL NA CASA DE CRISTO Fiodor Dostoiévski (certa vez, eu e alguns amigos realizamos uma espécie de cantata de Natal com base neste conto que vale a pena ser lido, em minha opinião) Havia num porão uma criança, um garotinho de seis anos de idade, ou menos ainda. Esse garotinho despertou certa manhã no porão úmido e frio. Tiritava, envolto nos seus pobres andrajos. Seu hálito formava, ao se exalar, uma espécie de vapor branco, e ele, sentado num canto em cima de um baú, por desfastio, ocupava-se em soprar esse vapor da boca, pelo prazer de vê-lo se esvolar. Mas bem que gostaria de comer alguma coisa. Diversas vezes, durante a manhã, tinha se aproximado do catre, onde num colchão de palha, chato como um pastelão, com um saco sob a cabeça à guisa de almofada, jazia a mãe enferma. Como se encontrava ela nesse lugar? Provavelmente tinha vindo de outra cidade e subitamente caíra doente. A patroa que alugava o porão tinha sido presa na antevéspera pela polícia; os locatários tinham

A oração, segundo Tom Wright

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SOBRE ORAÇÃO "Observe, no entanto, o seguinte: não há nada de errado em usar palavras escritas por outra pessoa. Na verdade, o erro está em não usar. Alguns cristãos podem sustentar durante algum tempo uma vida de oração através de seus p, próprios recursos, do mesmo modo que alguns montanhistas (eu conheci um) podem caminhar descalços por entre as terras escocesas. A maioria de nós, no entanto, precisa usar botas. Isso não significa quen não queremos caminhar ao contrário, usamos botas justamente porque queremos. Este apelo em um propósito específico: o número crescente de cristãos em muitos países que, sem perceber, está absorvendo um elemento da cultura moderna contemporânea (a mistura de romantismo e existencialismo que mencionei anteriormente) como se esse conceito fizesse parte do próprio cristianismo. É para essas pessoas que me dirijo agora. Vejam bem, não há nada de errado - no uso de palavras, formas, orações ou sequências de orações escritas por outras pessoas, que vi

Somente o amor impressiona

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DONS MIRACULOSOS NÃO IMPRESSIONAM CRISTO "Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! porventura não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres"? (Mateus 7.22) Nunca vos conheci!!!! Nunca vos conheci!!! E aqueles que acreditavam que conheciam ao Mestre, na verdade, eram absolutamente desconhecidos d'Ele!!! MAS O AMOR IMPRESSIONA "Porque tive fome e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro e me hospedastes; estava nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; preso e fostes ver-me... sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes..." (Mateus 25.37 ss) "Mas quando foi que te vimos?...." "Mas quando foi que te vimos?..." E aqueles que aparentemente não o conheciam, na verdade, estavam muito próximos d'Ele. Os primeiros, que expulsaram tantos demônios, e profetizavam tanto... estavam tão distantes... E os outr

O Verdadeiro Sentido do Natal

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O Verdadeiro Sentido do Natal! O Natal tem assumido contornos cada vez mais materialistas e consumistas. A simplicidade da estrebaria e da manjedoura, cenário original do Natal de Jesus, tem sido substituída por luxo, ostentação e extravagância, onde Papai Noel e seus presentes têm usurpado o lugar de Jesus e sua salvação. Por este motivo, o Natal tem se tornado um momento triste para muitos, pois um Natal materialista acentua ainda mais a dor e aflição dos pobres, dos desempregados, dos sem-teto, dos desamparados, dos doentes e dos desfavorecidos. Mas o verdadeiro Natal é boa notícia para todos, tanto para os ricos Reis Magos quanto para os pobres pastores que estavam fazendo hora extra no turno daquela bendita noite! Quando o anjo se aproximou daqueles pastores para anunciar o nascimento de Jesus, a primeira coisa que ele disse a eles foi: “Não temas!”. Como é bom ouvir uma voz celestial dizendo “não temas” num mundo tão conturbado e ameaçador, principalmente quando nos encontramos n
Oração XLVIII de São Nicolau de Ohrid e Zhicha Todos os profetas, desde o princípio, têm clamado à minha alma, implorando-lhe para que se torne virgem e se prepare para receber o Filho divino em seu ventre imaculado; Implorando-lhe para que se torne uma escada pela qual desça Deus ao mundo e pela qual suba o homem a Deus (1); Implorando-lhe para drenar de si o mar vermelho das paixões sanguinárias, a fim de que o escravo homem possa alcançar a terra prometida, a terra da liberdade (2). O mago da China adverte minha alma para que fique calma e tranquila, e aguarde o Tao para nela agir. Glória à memória de Lao-Tsé, o mestre e profeta de seu povo! O mago da Índia ensina minha alma a não temer o sofrimento, pois mediante a sondagem árdua e inexorável em purificação e oração, ela se elevará ao Altíssimo, que a receberá e lhe manifestará Sua face e Seu poder. Glória à memória de Krishna, o mestre e profeta de seu povo! O príncipe da Índia ensina minha alma a esvaziar-se completamente de toda
Meus dois centavos pelo capitalismo. "Olá, e bem-vindos mais uma vez ao “Fé e Filosofia”. O assunto de hoje é “Meus Dois Centavos sobre o Capitalismo”. Irei retornar ao tópico da linguagem teológica nos podcasts futuros, e quando o fizer, quero dar um foco especial nas Escrituras e como devemos lê-las. Mas hoje, quero fazer um pequeno desvio. Eu tenho me colocado em dia com vários dos últimos podcasts aqui na Ancient Faith Radio. E fiquei intrigado com uma série deles sobre o capitalismo. Sendo assim, enquanto o assunto ainda está fresco na minha cabeça, eu quero contribuir com meus dois centavos. O que se segue não busca ser uma refutação do que quer que tenha sido dito por alguém aqui. Ao invés, meus comentários têm o objetivo de clarificar os termos e questões que têm sido levantados. A única crítica que tenho sobre as discussões anteriores é que houve uma falta de contexto histórico. Tentar definir os termos abstratamente, sem referência a seus desenvolvimentos históricos, ir
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N. T. WRIGHT - SOBRE ORAÇÃO "Observe, no entanto, o seguinte: não há nada de errado em usar palavras escritas por outra pessoa. Na verdade, o erro está em não usar. Alguns cristãos podem sustentar durante algum tempo uma vida de oração através de seus p, próprios recursos, do mesmo modo que alguns montanhistas (eu conheci um) podem caminhar descalços por entre as terras escocesas. A maioria de nós, no entanto, precisa usar botas. Isso não significa quen não queremos caminhar ao contrário, usamos botas justamente porque queremos. Este apelo em um propósito específico: o número crescente de cristãos em muitos países que, sem perceber, está absorvendo um elemento da cultura moderna contemporânea (a mistura de romantismo e existencialismo que mencionei anteriormente) como se esse conceito fizesse parte do próprio cristianismo. É para essas pessoas que me dirijo agora. Vejam bem, não há nada de errado - no uso de palavras, formas, orações ou sequências de orações escritas por outras p

O que impressiona a Cristo

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DONS MIRACULOSOS NÃO IMPRESSIONAM CRISTO "Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! porventura não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres"? (Mateus 7.22) Nunca vos conheci!!!! Nunca vos conheci!!! E aqueles que acreditavam que conheciam ao Mestre, na verdade, eram absolutamente desconhecidos d'Ele!!! MAS O AMOR IMPRESSIONA "Porque tive fome e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro e me hospedastes; estava nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; preso e fostes ver-me... sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes..." (Mateus 25.37 ss) "Mas quando foi que te vimos?...." "Mas quando foi que te vimos?..." E aqueles que aparentemente não o conheciam, na verdade, estavam muito próximos d'Ele. Os primeiros, que expulsaram tantos demônios, e profetizavam tanto.

Cidade Inteira Expulsa Jesus

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CIDADE INTEIRA EXPULSA JESUS !   "Diante disso, a cidade inteira saiu ao encontro de Jesus. Ao vê-lo, rogaram-lhe que se retirasse do seu território" (Mateus 8.34) O episódio é bem conhecido. Diz respeito à ocasião em que Jesus expulsou demônios no país dos gadarenos, e os enviou aos porcos, que depois se precipitaram no mar e pereceram. A cidade inteira lhes saiu ao encontro, e rogou que fosse embora. Isto porque, os porcos (animais considerados imundos pelos judeus) eram provavelmente uma importante fonte de renda naquele local. Não glorificaram a Deus pela libertação de dois de seus compatriotas. Nem se alegraram com o milagre. Mas se aborreceram com os porcos suicidas... Este é o curioso caso em que uma cidade, à unanimidade, expulsa Jesus após este ter expulsado demônios! Preferiram ter os demônios e os porcos com eles, do que ter Jesus. Impressionante! Mas o mais impressionante mesmo é esta capacidade que temos de criar projetos e estilos de vida d

Você sabe mesmo o que pedir?

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"Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos será aberto; pois todo o que pede, recebe; o que busca, acha e ao que bate se lhe abrirá" (Mateus 7.7) E xistem muitas interpretações para este texto. Comentaristas desde o Dr. Lloyd-Jones, ou o Rev. John Stott, entre muitos outros, ou mesmo o Pr. Carlos Queiroz, bem como o mártir luterano Dietrich Bonhoeffer... Tantos já comentaram o sermão do monte, e, certamente, já deram excelentes visões sobre o significado desta passagem. Entretanto, sem nada querer acrescentar ao que já disseram, tive um vislumbre ao ler este texto, que, pelo menos para minha vida, pareceu-me interessante. Podemos verificar que na passagem sob comento, parece existir um aumento de intensidade na ação do sujeito orante: pedir, buscar e bater. Ou seja, o que o texto parece indicar, e que, ao que me parece, os comentadores à unanimidade concordam é o que texto nos fala em uma certa perseverança na oração, visto que Jesus encerra esta passagem
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Dois mil anos de harmonização transformaram o subversivo Deus do deserto, Javé, num Deus caseiro, domesticado. Bom para casamentos e feriados nacionais. Os poderosos respiram aliviados e a geração jovem afasta-se. Mas enquanto eles ainda negociam o preço dos seus templos de ouro, nas suas costas, os pobres do Terceiro Mundo redescobrem Deus. O Deus verdadeiro, incômodo, Deus de Moisés e dos Profetas que cheira a esterco de cabrito, o Deus de Jesus de Nazaré, o Deus anticonvencional, indomesticável da Bíblia. (Renold J. Blank. Deus. Uma proposta alternativa. Ed. Paulus. p. 9)
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NÃO EXPONHA CRISTO À VERGONHA “...visto que de novo estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus, e expondo-o a ignomínia” (Hebreus 6.6). Este é um dos textos mais difíceis da Sagrada Escritura, sendo talvez um dos mais debatidos de todos os tempos. Nos tempos do cristianismo primitivo, por exemplo, existiram aqueles que, com base neste texto, advogaram que um cristão, após o batismo, não poderia mais pecar, caso contrário estaria com sua salvação comprometida (daí, muitos deixarem para se batizar somente próximo da morte). Se você ler o comentário do Champlin, por exemplo, haverá nele pelo menos uma dez interpretações diferentes que foram sendo feitas durante a história para este texto. Particularmente, não pretendo enfrentar tais controvérsias teológicas, pois, a minha intenção é sempre procurar uma aplicação mais prática para as passagens da Sagrada Escritura, pois mais complicada que seja. Leia todo o texto em Campos Férteis .
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ATIVISMO E OBJETIVO "Quem tem um objetivo diante dos olhos parte para ele de forma resoluta, mas sem aquela pressão contínua. Quem não conhece mais o objetivo, tenta preencher seu vazio com ativismo. Julga-se importante porque tem muita coisa para fazer. Quer provar para si mesmo que sua vida tem sentido. Está sempre ocupado com algo importante. Mas, quando olha mais de perto, vê que muitas vezes se ocupa com o vento. Com toda a sua ocupação, ele quer apenas cobrir o vazio que espreita por trás de sua agitação como um perigoso abismo. Paul Virilio exprimiu essa experiência: 'A velocidade provoca o vazio, o vazio incita a pressa". Quanto mais ativa uma pessoa, mais o vazio se instala nela. E ela mais uma vez busca preenchê-lo com atividade e agitação. Daí, surge um circulo vicioso que não consegue mais se desvencilhar. Nossa época está permeada por esse círculo vicioso de correria e vazio. Às vezes se tem a impressão de que nossa política perdeu o objetivo de vista e, por
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O CRISTÃO, ANTES E DEPOIS "Os membros, que antes eram instrumentos do pecado, agora se tornaram instrumentos santificados no templo vivo de Cristo. Aquele que antes desonrava o seu corpo, agora possui o seu vaso em santificação e honra, em temperança, em castidade, em sobriedade, e o dedica ao Senhor. O olho, que antes era irriquieto, dissoluto, arrogante, cobiçoso, é agora empregado, como o de Maria... em contemplar a Deus através de suas obras, em ler sua Palavra ou em procurar motivos de misericórdia e oportunidades para o seu serviço. O ouvido, que antes estava aberto à voz de Satanáas, e que só se deleitava com coisas imundas ou conversas vãs e com a risada dos tolos, encontra-se conjugado com a casa de Cristo e aberto a seus discípulos. A cabeça, que estava cheia de desígnios mundanos, está agora cheia de outros assuntos e aplica-se ao estudo da vontade de Deus; e o homem usa sua cabeça não tanto para obter lucro, mas pra cumprir o seu dever. Os pensamentos e preocupações q
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TEM UM CORAÇÃO E SERÁS SALVO " T er um coração não é somente centrar-se numa parte do corpo, é uma certa maneira de ser, de ver, de respirar com o coração. O próprio do coração é tratar todas as coisas fraternalmente por tu, viver não num mundo de objetos, mas num mundo de presenças. A oração hesicasta tem como meta este despertar do coração, esta sensibilidade à presença de Deus em todas as coisas, e esta presença faz de todas as coisas não fenômenos no sentido comum deste termo, mas verdadeiras 'epifanias', manifestações do Deus inacessível. A oração de Gregório de Nazianzo exprime bem este estado do coração despertado quando diz: 'Ó Tu, o Além de Tudo'. "Tu" - sensação de intimidade, de presença, e 'Além de Tudo', sentido de alteridade, da Otridade radical daquele ao qual ele se dirige. O coração reconhece o Desconhecido no próximo, e a proximidade do Além, sentido da Imanência e da Transcendência. "Ter um coração é estar centrado, sair d

A Igreja Evangélica à Luz do Materialismo Histórico

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Diferenciando-se profundamente da tradição hegeliana para a qual o motor da história era o racional, toda a insistência marxista está no sentido contrário, ou seja, o da afirmação do caráter humano, concreto, ativo, produtivo da existência. Nas condições materiais de vida, e não na consciência ou na evolução geral do espírito humano, reside o fundamento de sua concepção [1] . Segundo a concepção materialista histórica da sociedade, “as relações materiais que os homens estabelecem e o modo como produzem seus meios de vida formam a base de todas as suas relações [2] ”. As idéias, as ideologias, a moral, os sistemas jurídicos e religiosos não possuem uma existência autônoma, como que “vindas do céu”, mas ao contrário da filosofia anterior, fazem parte da superestrutura fundamentada sobre a infraestrutura que representa os modos materiais de existência de vida. Essas relações materiais podem ser chamadas de produção social dos bens, que “engloba dois fatores básicos: as forças produtivas e