Como você quer ver o mundo?


Por Sergio Ludovino Jr.*


Pensando em algo para compartilhar com meus amigos e leitores, pensei naquilo que me motiva e que me faz correr atrás todos os dias. Alguns talvez pensem que eu diria dinheiro, uma carreira promissora, meu casamento, filhos, uma intimidade com Deus. Tudo isso eu quero sim, mas o que eu busco a cada instante é ter bons olhos, ser simples no olhar como nos ensinou o mestre no sermão do monte no Evangelho de São Mateus capitulo seis, em que dizia sobre nossos olhos serem bons. Tudo começa como enxergamos as coisas.


Um deficiente visual pode não enxergar, mas pode ver com sua mente, e muitas vezes melhor que outros. A forma como vejo Deus irá determinar muitas coisas em minha vida. Será que a imagem que tenho de Deus não esta distorcida? Como vejo o meu próximo: será ele um aproveitador, um usurpador; e as pessoas que se aproximam de mim, qual é o interesse delas? Qual o proveito eu terei em te ouvir, e porque eu devo estar com você?


Somos projetados para ver o que queremos, mas muitas vezes queremos o que o outro tem, não o que ele é, mas sua felicidade, seu status, seu jeito. E assim nossa alma se torna doente visualmente, quer aquilo que não alcança, parecendo uma criança, e quando alcança não quer mais. Quando estamos com nossa visão distorcida, parecemos como o vovô que pela casa andava se queixando pelo horrível cheiro, ao sair do quarto bradou: “Que quarto imundo!” Chegou na sala e novamente retrucou: “Essa casa esta um verdadeiro lixão!”, abriu a porta e saiu na varanda e lá exclamou: “Esse mundo está podre, que fedor é esse?” O vovô esquecera que na noite passada havia comido queijo gorgonzola, e que em seu bigode havia ficado pedacinhos deste queijo que tem um cheiro muito forte, parecido com chulé. Achando o mundo podre não conseguia ver o que estava podre era o cheiro do seu bigode que exalava um odor e seu nariz logo detectava o problema, mas não via que era nele e não no mundo.


Assim somos parecidos com o vovô, não conseguimos ver o bem, o simples, não há pureza. Não agüentamos nem nós mesmos como poderemos acreditar, suportar, querer bem os outros? Comece entendendo e vendo que Deus maravilhoso é esse que sempre quer começar de novo, que tem um sim e o amém para você, quer te fazer como ele é, não mais como o filho pródigo que abandonou tudo e gastou seus bens e voltou devendo e nem como o filho que se achava no direito e tinha rancores em seu coração; quer que você seja como Ele, o Pai, que vê, enxerga e nunca perde a esperança no objeto de seu amor, o filho.


Adore a Deus sem ver, agradeça sem sentir, pois quer você queira ou não Ele te ama, e quer transformar seus olhos, para que veja. Comece a reparar mais na sua família, na natureza, na vida; isso tudo é um milagre, e é muito precioso, abra seus olhos e vai ter mais lugar para o bem. Não critique, não fale mal do seu próximo, não desista de seus sonhos. Acredite mais, não tenha medo de errar de não saber, seja simples, o Pai disse que você é filho e não há ex-filho, será sempre filho. Troque seus óculos, mude o seu foco, e verá o que está ao seu redor e não enxergava, adorará Ele que é digno antes de você e será sempre.


*O autor é membro da Igreja Evangélica Manain, e envolvido com a obra social e educacional da Comunidade.


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